terça-feira, 27 de setembro de 2011

Um Conto




"Era uma vez uma menininha que não tinha nem pai nem mãe e que morava na floresta negra. Havia nas proximidades da floresta uma aldeia, e ela havia aprendido que podia comprar lá fósforos por meio pêni que podiam ser vendidos na rua por um pêni inteiro.  Se ela vendesse fósforos em quantidade suficiente, poderia comprar uma fatia de pão, voltar para sua meia-água na floresta e ali dormir com as únicas roupas que possuía.
Chegou o vento, e ficou muito frio. Ela não tinha sapatos, e seu casaco era tão fino que chegava a ser transparente. Seus pés há muito haviam passado do ponto de estar azuis de frio. Seus dedos dos pés estavam brancos, assim como os dedos das mãos e a ponta do nariz. Ela perambulava pelas ruas, implorando a desconhecidos que comprassem fósforos dela. Mas ninguém parava e ninguém prestava a mínima atenção a ela.
Por isso, uma noite ela se sentou dizendo para si mesma que tinha fósforos e que podia acender uma fogueira para se aquecer. Só que ela não tinha nem gravetos nem lenha. Resolveu acender os fósforos assim mesmo.
Ela se sentou com as pernas esticadas para a frente e acendeu o primeiro fósforo. Ao fazê-lo, pareceu-lhe que o frio e a neve desapareciam por completo. O que ela viu no lugar da neve rodopiante foi uma sala, uma linda sala com um enorme fogão de cerâmica verde-escuro, com uma porta de ferro trabalhado em arabescos.
Tanto calor emanava do fogão que o ar chegava a ondular. Ela se aconchegou junto a ele e se sentiu no paraíso. De repente, porém, o fogão se apagou, e ela estava mais  uma vez sentada na neve, tremendo tanto que os ossos do seu rosto retiniam. E assim ela acendeu o segundo fósforo. A luz iluminou a parede do edifício ao lado de onde ela estava sentada, e ela subitamente pôde ver através da parede. Na sala  por trás da parede, havia uma toalha alvíssima sobre a mesa, e ali na mesa havia porcelana do branco mais branco. Numa  travessa, um ganso, que acabava de ser preparado. E, exatamente quando ela esticou a mão para alcançar o banquete, a miragem desapareceu.
Ela estava novamente na neve, mas agora seus joelhos e quadris não doíam mais. Agora o frio abria caminho pelo seu torso e pêlos braços com formigamentos e ardências, e por isso ela acendeu o terceiro fósforo. E na chama do terceiro fósforo havia uma linda árvore de Natal, com uma belíssima decoração de velas brancas, babados de renda e maravilhosos enfeites de vidro, além de milhares e milhares de pequenos pontos de luz que ela não conseguia discernir direito. 
Ela olhou para o alto dessa árvore enorme que crescia  cada vez mais e avançava cada vez mais na direção do teto até que se transformou nas estrelas do céu lá em cima. Uma estrela atravessou brilhante o céu, e ela se lembrou de suai mãe lhe ter dito que, quando morre uma alma, uma estrelai cai.        
E do nada surgiu sua avó, tão carinhosa e delicada, e ai menina se sentiu feliz ao vê-la. A avó levantou o avental, envolveu nele a criança, abraçou-a bem apertado, e a menina sei sentiu contente.
Mas a avó também começou a desaparecer. A menina acendia cada vez  mais fósforos para manter a avó consigo... cada vez mais fósforos para mantê-la consigo... cada vez mais... e elas começaram a subir juntas para o céu, onde não havia nem frio, nem fome, nem dor. E pela manhã, entre as casas, encontraram a menina imóvel e morta."


Do livro Mulheres Que Correm Com LobosClarissa Pinkola Estés.


Matéria completa no Efeito Rizoma ... Enjoy! 



domingo, 25 de setembro de 2011

Tradução de Amor




"Eu parecerei morto e não será verdade...

- Que queres dizer?

- Quando olhares o céu de noite, porque habitarei uma delas, porque numa delas estarei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem rir!" 

Saint Exupéry



Existem algumas coisas que traduzem o amor... Mas de verdade, eu nasci bem próximo dele. Ele, o amor, sempre foi isto:





Moranguinho feliz e 3 anos de idade


Mas, apesar da nostalgia é também possível encontrar o amor nos dias de hoje, 
cantado pelos poetas e exaltados na primavera...  Mais ou menos assim:


23 anos e completa




E você? Como se traduz o seu amor?


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

I do believe in fairies. I do.




"Hoje eu acordei mais cedo, e fiquei te olhando dormir, imaginei algum suposto medo para que tão logo pudesse te cobrir...
Tenho cuidado de você todo esse tempo, você está sob o meu abraço e minha proteção..
Tenho visto você errar e crescer, amar e voar... você sabe onde pousar!
Ao acordar, já terei partido, ficarei de longe, escondido. Mas sempre perto, de certo. Como se eu fosse humano, vivo, vivendo para te cuidar, te proteger, sem você me ver, sem saber quem sou, 
se sou anjo ou se sou o seu amor..."


Apenas os primeiros 38 segundos, e basta. 



domingo, 11 de setembro de 2011

Boa Reza

Fé que você pode, você tem, você consegue!
De onde é seu congá? Quem é seu orixá? 
O que importa é ser feliz! Um dia novo sempre vem, e isso vai passar... O que existe é o Sol,  o resto é invenção...
Fé que você pode, você tem, você consegue!
Não deixe de sorrir, não deixe de dançar, essa é uma boa reza..
Dê esperança a quem precisa e o tempo vai cuidar de você e de todos nós... Essa é uma BOA REZA!
Fé que você pode, você tem, você consegue! 
Oxum, Oxossi, Axé... Oxumaré, Ogum, iansã, Omolu...
Vem dançar... Vem no meu baile, eu sei como levar você para um lugar melhor do que está...


 Boa reza =D





segunda-feira, 5 de setembro de 2011



“Escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta."
Caio Fernando de Abreu

sábado, 3 de setembro de 2011

Através do Tempo...




Descubro que estou envelhencendo quando me pego nostálgica.
É o primeiro sinal. Porque jovem que é jovem só vive, nem pensa...
Não é uma sequencia exata dos fatos, mas é como uma teia, todas formando um EU hoje.
Presente, Passado e Saudades.
Sempre fui de ter diários, guardar fotos na carteira e aquela cartinha que nem o remetente há de se lembrar...
Gosto da sensação, do flash back... Tenho um péssimo hábito de não me desprender, me desfazer, me encontrar...
Faço questão de viver o hoje e anotar tudo, pra quando eu sentir vontade, viver denovo.
Gosto disso.  Realmente gosto.




"Acho que fiz tudo do jeito melhor, meio torto, talvez, mas tenho tentado da maneira mais bonita que sei." (Caio Fernando de Abreu)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Por que as pessoas nascem? Por que as pessoas morrem? Por que elas passam um tempo tão grande entre o nascimento e a morte usando relógios digitais? - O Guia do Mochileiro das Galáxias







7h00 AM.
Despertador toca, você não aceita e adia por 15 min. 7h15 Acorda. Se arruma. Café da manhã, pega a bolsa e sai.
7h50 AM
O escritório é sua casa, seus parentes são seus colegas, os clientes seus vizinhos e a faxina só nos backups pendentes.
12h00... 12h30.. Almoço... 13h00... 13h30 e 14h00
De volta, sentada girando na cadeira, alongando a coluna, desejando boa tarde.
Se alguém liga é para marcar reunião, e se manda e-mail para confirmá-la.
Esquecer? De beber água. Alguém quer?
18h00 Me despeço. Preciso ir. Até amanhã.
Boa noite à todos. Aula em que bloco? Já estou na faculdade. Desculpa o atraso professor, estava presa no trânsito e já são
19h15?? Céus!
Posso sentar ao seu lado?
Fome e Mau humor. 20h25.
E se tem uma coisa que deixa chateada é comida ruim, má alimentação... Não há nada a fazer.
20h35 Começa a segunda aula.
Daí o relógio se arrasta, seu cansaço triplica e a aula definitivamente não passa.
Só o corpo tá presente, porque a cabeça e alma já estão na sua cama quentinha e mal arrumada que você deixou às 7h00... pasmem.
Finalmente, 21h50.
Até amanhã para vocês.
22h15, Olá pessoas de casa! Vou dormir! Estou morta de cansaço.
Amanhã é?

Terça - feira!


Good luck!

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E à você que consegue vencer cada dia de coração aberto e alma lavada - Aquele Abraço.