sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Decadence avec Elegance ♫


Certo dia acordei em Paris, na Champs-Élysées. 
Encontrava-me sentada, apreciando um bom café enquanto observava as pessoas. La plus belle avenue du monde, pensava eu, serena.
Em meio a movimentada e bela avenida, uma mulher me chamou a atenção. Vestido nude, meias finas, pérolas, Vuitton e na mão direita, um Gitanes. Nariz pra cima, coluna ereta, puro charme... [E se tem alguma coisa que admiro é o charme e a elegância das pessoas. Sem distinção, homem ou mulher. Alguns dizem que é nato, e eu concordo com eles.]
Comecei a prestar atenção...
Assim como eu, ela parecia não ser dali, aérea, compenetrada nos seus pensamentos, tinha seus 40 anos, olhava pra o horizonte, e não notava ninguém. 
Tomei mais um gole do meu café, notei que tava um pouco frio e fiquei triste (não gosto de café frio). Chamei o garçom, queria outro, bem quente.
Quando me voltei ao ambiente, ela havia sumido. 
Quando me dei conta, a Madame estava ao meu lado. " - S'il vous plaît...", disse ela, e sentou-se ao meu lado.
Por mais incrível que parecesse, eu conseguia me comunicar com ela, e assim, aproveitei o momento e nós conversamos por horas. 
Eu não acreditava. Eu estava na França, tomando um café quente (que não mais esfriava), conversando com alguém que eu não sabia o nome, nem em que língua conversávamos... French? Maybe.
Contou-me sua vida até o presente  momento. Parecia cinema, um drama. Fantastique. 
E no ápice da conversa, olhos arregalados de euforia, eu perguntei: " - Porque está me contando tudo isso?"
[Riso irônico] Ela olhou para o horizonte, admirando-o, enquanto eu a contemplava, tão firme em sua elegância, tomando mais um gole de café. 
Passados logos minutos de espera, e para minha surpresa ela responde: "- Eu?"






Acordei.