terça-feira, 18 de outubro de 2011

Balada para um louco.


Num dia desses ou, numa noite dessas você sai pela sua rua ou pela sua cidade ou sei lá, pela sua vida...
Quando de repente, por de trás de uma árvore, apareço eu. 
Mescla rara de penúltimo mendigo e primeiro astronauta a pôr os pés em Vênus. Meia melancia na cabeça, uma grossa meia sola em cada pé, as flores da camisa estampadas na própria pele e uma bandeirinha de táxi livre em cada mão.
Você ri ! [porque só agora você me viu...] Mas eu flerto com os manequins, o semáforo da esquina me abre três luzes celestes e as rosas da florista estão apaixonadas por mim... Juro!

E assim meio dançando, quase voando, eu te ofereço uma bandeirinha... 
Um coro de astronautas, de anjos e crianças bailando ao meu redor, te chamam: vem voar!
Do Vietnã nos aplaudem... [Viva! Viva os loucos que inventaram o amor!]
E um anjo, um soldado e uma criança repetem a ciranda que eu já me esqueci...  Vem! Eu te ofereço a multidão, rostos brilhando, sorrisos brincando. Que sou eu? Sei lá, um... um tonto, um santo ou um canto a meia voz.